segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Caminhar

Caminhamos, sabendo vez e outra
onde queremos ir, e vamos.
Vez e outra sabemos dos cursos
percursos e percalços da estrada.
Estradeamos, arrastando-nos sobre pedras afiadas
e respiramos o pó sacudido por nossos próprios passos.
Passamos, e a estrada põe-se agarrada às pedras
(como uma mãe se agarra ao filho recém-nascido):
o caminho morre sufocado pelas crateras
do sol-chuva que não se intimida.
As marcas da estrada caminham conosco
agarradas em nossas pernas, braços, rostos
lacrimejando na pele ressequida
pelo sol impiedoso que nos abrasa, nos arrasa
até o fim do percurso
onde a experiência ímpar do caminhar
vale muito mais que o fruto passageiro
do obstáculo vencido.

2 comentários:

Grupo Corujão disse...

liberdade ê vida. abracos

Aprendendo sempre! disse...

Gostei do seu texto! Reproduz de forma exata e real seus e nossos dilemas internos, que nos acompanham a vida toda! Parabéns, pois o seu texto ajuda-nos a filosofar mais sobre minha/nossa vida e... minha/nossa consciência!