penso como quem não quer pensar;
em meu quarto branco, secamente
estão meus pensamentos, grávidos e reticentes
transformados em versos pra se mostrar
minhas idéias são dignas de anotar?
pergunto-me ansioso, com o receio
de que o pobre verso que me veio
vá minha escrivaninha amarrotar
que amarrote esse percurso sem nexo
desse pobre que vomita bem ao meio
da folha alva, límpida, onde semeio
como quem ejacula ao “fazer” sexo
se forem dignos de anotar, quem vai dizer?
preocupo-me em semear e semear
na virgem página desejosa por experimentar
o melhor sexo que eu sei fazer
Publicado na Antologia Cidade. Belém: 2009, Vol. II.
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