quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Viagem

viajamos juntos à eternidade
de nosso olhar;
perdi-me em vil serenidade:
desejo louco
de te mais que amar

teu corpo magro e alto
- mais que meu sonho -
escapava de meu desejo incauto
nos segundos sem fim
daquele tempo enfadonho

a água verde da laguna
prateada
derramava-se em agonia, sem alguma
racionalidade que nos fizesse
amar sem nada

tua resistência em não me querer
fazer companhia
fadava-me ao te ler
e eu, sem querer que nada dissesses
nada mo disse, apenas mo lia

lias-me como quem nada lia;
como quem nada amasse.
Era eu o teu pedaço róseo de agonia
derramado às areias de Laguna
à procura de respostas sem que nada mo perguntasse

em tamanho desterro, chegamos a nosso destino...
Eu, ainda, mais que proponho
deixar-me num papel, um louco menino
que no resvalar do ônibus, na estrada
descobre o fim de tudo... Era um sonho

Um comentário:

Galera do Fundão disse...

Como sempre, magnífico!!!