sábado, 8 de setembro de 2007

Complacência

preso e livre entre quatro portas
donde vem o vento frio angustido,
aonde vai meu espírito imbuído
pelas ruas brancas de gentes tortas

vai e caminha além-vida
tropeça nas dores de um choro rouco
dum homem mais que livre e louco
por quem a esperança mais garrida

o tempo em ser tempo... um caduco
no caminho à dor explícita do mendigo
é um espelho? mas parece comigo
sobrevivo na luta em disfarçar-me eunuco

esvai-se estúpido em relento, o ideal frio
a palavra vã do mais que louco espanto
é grito covarde, amando em acalanto...
aonde vai? Ao meu e teu olhar sombrio

Publicado nos:
Cadernos Canoenses
em Agosto de 2006 - CANOAS –RS

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